Pensar demais é o novo Sedentarismo

Sua cabeça não aguenta mais.
Mas ela não grita. Ela sabota.

Te faz esquecer.
Te faz duvidar.
Te faz procrastinar o que mais importa.

E você chama isso de “falta de foco”.
Mas é só o acúmulo do que você se recusa a esvaziar.

Você está com a mente cheia.
Não ocupada. Cheia.

De decisões pendentes, conversas não resolvidas, ideias soltas, prazos invisíveis.

E talvez, como eu já fiz, você tenha tentado resolver isso com produtividade.
Mais metas, mais métodos, mais ferramentas.

Mas deixa eu te contar um segredo:
Não tem como organizar o caos sem antes esvaziá-lo.

Teve um dia, meses atrás, que eu simplesmente travei.

Abri o Notion, olhei para as tarefas… e nada fazia sentido.

Fechei.
Abri o WhatsApp. Mensagens acumuladas. Me senti culpado. Fechei.
Olhei pro teto.

Naquele momento eu percebi: eu estava tentando gerenciar minha vida como se ela fosse um checklist.

Mas minha cabeça não era uma planilha, era um quarto escuro. E eu nem sabia mais o que tinha ali dentro.

Foi aí que comecei a praticar o que eu chamo hoje de sessão de descarrego.

É simples!

Você senta.
Pega um caderno.
E começa a despejar o que está na sua cabeça.
Sem filtro. Sem lógica. Sem censura.

Coisas como:

É isso que aparece.

Não são só tarefas.
São angústias, decisões engavetadas, medos silenciosos e ideias que você empurrou pra depois.

A sessão de descarrego é como abrir a caixa-preta da sua mente.
Você joga tudo pra fora — e só depois decide o que merece ficar.

Porque a mente não foi feita pra armazenar coisas.
Foi feita pra criar, analisar, sentir.

Quando você tenta usar sua mente como HD, ela te cobra com juros:

David Allen, criador do método GTD, fala:

Você não está travado por falta de ideias.
Você está travado porque tem ideias demais e não sabe onde colocá-las.

1. Escolha um momento só seu.
Sem interrupções. Sem celular. Sem ninguém chamando seu nome.

2. Pegue papel e caneta.
Você pode digitar se quiser. Mas escrever à mão força você a ir mais devagar.
E esse é o ponto: desacelerar para escutar o que está preso aí dentro.

3. Escreva tudo. Tudo mesmo.
Não organize. Não edite. Não tente fazer sentido.
Só despeje o que estiver na sua mente até ela começar a silenciar.

4. Termine quando sentir alívio.
Não tem duração certa. Pode levar 10 minutos ou uma hora.
O sinal de que você terminou… é quando o caos interno começa a baixar o volume.

5. Depois, se quiser, leia o que escreveu.
Marque o que exige ação. Ignore o que não serve.
Guarde as ideias boas. Delete o resto.

Fiz um roteiro aqui para te ajudar a realizar esse exercício, acesse aqui.

Pode ser.
Mas ainda assim, funciona.

Enquanto você tenta lembrar de tudo, sua mente continua lotada.
E o que é importante… fica perdido no ruído.

Não precisa acreditar em mim.
Só testa.

Papel. Caneta. Você.

Descarregue.
Depois me conta.

Você não precisa fazer mais.
Você precisa remover.

A sessão de descarrego não é sobre produtividade.
É sobre reconquistar o controle do que é seu: seu foco, sua mente, sua sanidade.

Comece com um caderno e 20 minutos.

Escreva até doer o punho.
Até sair o que nunca foi dito.
Até entender o que está te travando.

E depois disso…
Respira.

Talvez, pela primeira vez em dias, você vai sentir que pode seguir em frente.

Faça o teste!
Depois me escreve contando como foi.

Ou melhor: escreva pra si mesmo.
Já é um bom começo.

….

A vida não vem com manual.
Então eu testo — e escrevo sobre isso.

— Grande abraço Gus
@eusougustluiz

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